O objetivo desse post é apresentar a você, leitor, o conceito de embedded finance, suas aplicações e vantagens competitivas. Mas para deixar essa introdução um pouquinho mais interessante, propomos um teste.
Imagine que seu computador quebrou e você não tem dinheiro para comprar outro. Qual é o melhor lugar para solicitar um empréstimo?
- Em um banco
- Em uma fintech
- Na loja onde você está comprando o computador
- Com amigos ou familiares
- Com agiota
A resposta certa é: depende! Com exceção da última opção, é claro, que é ilegal e perigosa!
O que queremos que você perceba é que foi-se o tempo em que serviços e soluções financeiras se restringiam apenas a organizações do setor. Atualmente, é possível conseguir crédito para compra de um determinado bem na própria empresa onde você está adquirindo ele. E mais: com condições de pagamento interessantes.
A democratização da tecnologia ampliou fronteiras e fez com que a linha que separa serviços financeiros tradicionais e os novos provedores — que originalmente não têm relações diretas com universo das finanças — seja cada vez mais tênue.
É nesse contexto que o conceito de embedded finance ganha importância. Entenda, a seguir, o que ele significa e os motivos para investir nessa tendência.
O que é embedded finance?
Finanças embarcadas ou finanças integradas. Essa é a tradução livre do termo embedded finance, usado para se referir a players que não são originários desse mercado mas que oferecem soluções e serviços financeiros de forma nativa.
Um exemplo são sites de viagens, que além dos pacotes, hospedagens e passagens aéreas característicos da operação, oferecem seguros e cartões de crédito.
Outro caso cada vez mais comum é o de grandes varejistas que, além da venda de produtos, oferecem contas digitais, empréstimos, financiamentos, renegociação de dívidas etc.
Perceba que, em ambos os exemplos, os serviços financeiros não são o core da operação, porém, certamente contribuem com ela de maneira direta.
Por que investir nessa tendência?
Conquistar clientes é um grande desafio para as empresas contemporâneas. Nesse sentido, investir em embedded finance é uma excelente estratégia. Isso porque ao embarcar tecnologia financeira nos processos organizacionais é possível ampliar o portfólio, tornar trâmites de pagamento mais rápidos, obter maior alcance e retenção de clientes e criar soluções personalizadas.
E neste ponto, vale lembrar de um público em especial: os desbancarizados. Segundo um estudo do Instituto Locomotiva de janeiro de 2021, 34 milhões de brasileiros não possuíam acesso a banco — parcela que corresponde a 21% do total da população e movimenta, por ano, por volta de R$ 347 bilhões.
Ou seja, trata-se de um público para quem soluções com finanças embarcadas fazem muito sentido: economicamente ativos, conseguem acesso a crédito, empréstimo e outras alternativas sem necessidade de possuir conta em banco.
Há ainda exemplos em que investir em embedded finance funciona para além da viabilização da aquisição de um bem ou serviço: tem relação direta com estratégias de retenção, fidelização e mesmo monetização das operações.
Um exemplo clássico é a cafeteria Starbucks, que criou um programa de fidelidade chamado Starbucks Rewards. As regras são bastante simples: para ter direito aos benefícios — que vão de doses adicionais de café a garrafas térmicas — basta abastecer o cartão pré-pago com regularidade e efetuar o consumo por meio dele.
Para os clientes, a vantagem é clara: quanto mais se consome, mais benefícios se tem. Para a empresa, os pontos são ainda maiores. Além da retenção, o Starbucks consegue monetizar a operação, uma vez que muita gente abastece os cartões e deixa o dinheiro lá parado por meses ou mesmo anos. Ou seja, a cafeteria recebe um pagamento antecipado por seus produtos e pode investir esse lucro em suas operações. Não à toa, muita gente considera o Starbucks o maior ‘banco’ do mundo, uma vez que ele tem mais dinheiro em caixa do que muitas financeiras.
Além da possibilidade de uso de embedded finance em pagamentos e em forma de cartão de crédito, seja ele pré ou pós-pago, a embedded finance oferece outras aplicações práticas, como:
- cashback;
- empréstimos;
- seguros;
- contas digitais;
- transferência entre contas;
- serviços de recargas.
O leque é tão amplo que, segundo a Juniper Research, a expectativa é de que esse mercado alcance 138 bilhões de dólares em 2026.
Como ter finanças embarcadas em sua empresa?
Antes de explicarmos como aplicar a embedded finance na sua empresa, é preciso fazer uma consideração importante: disponibilizar recursos com finanças embarcadas não necessariamente significa que uma empresa deve passar a atuar como um banco ou financeira, nem tampouco que precisa de uma licença completa para isso.
Isso porque é possível atuar neste segmento optando estabelecer uma conexão com provedores de serviços Banking as a Service, ou seja, a loja ou instituição parceira responde pela oferta e formalização da solução financeira mas o suporte do serviço é realizado por uma instituição do setor, como um banco, por exemplo.
Por conta disso, a implementação do embedded finance depende da utilização de API’s, que reúnem um conjunto de padrões de programação capazes de liberar acesso a um app ou software. Na prática, são as APIs que permitem a comunicação entre sistemas de integração.
Considerando que as soluções financeiras não integram o core business de seu negócio, é importante contar com um parceiro de tecnologia com know-how na área que pode te ajudar. Aqui, oferecemos desde consultoria especializada em design de serviço a squads ágeis, prontos para colocar seus planos em prática e ajudar você a adotar a estratégia com mais segurança, rapidez e a menores custos.
Se você ficou interessado no tema e deseja entender melhor como as finanças embarcadas podem abrir boas oportunidades de expansão e atuação para o seu negócio, entre em contato com a Monitora.