Reter, fidelizar, desburocratizar, facilitar. Verbos como estes figuram na lista de desafios a serem superados por empresas de todos os portes e setores e são fundamentais para guiar ações voltadas à melhoria da experiência do consumidor, diferencial de relevância diante de um mercado cada vez mais competitivo. E é neste cenário que ganha impulso o conceito de Fintech as a Service (FaaS).
Capaz de viabilizar a implementação de soluções financeiras em negócios que não têm como core business a oferta de produtos e serviços financeiros, o modelo Fintech as a Service representa, para as fintechs do setor, mais uma possibilidade de expansão de atuação, e para empresas de outros segmentos uma alternativa de incremento de portfólio de ofertas sem a necessidade de se preocupar com questões relacionadas ao desenvolvimento tecnológico e questões regulatórias.
Neste conteúdo, explicamos tudo o que você precisa saber sobre Fintech as a Service, como esse modelo funciona e quais são as principais vantagens. Boa leitura!
Fintechs e o cenário brasileiro
Antes de apresentarmos o conceito de Fintech as a Service, é importante que você entenda o que exatamente são as fintechs e como elas se inserem no cenário contemporâneo.
Apesar de cada dia mais populares, o conceito de fintech ainda não é claro para muitas pessoas. Em resumo, fintechs são startups que se apoiam na tecnologia para oferecer soluções financeiras totalmente digitais.
É comum que muita gente relacione a atuação de fintechs às famosas contas digitais e aos cartões de crédito, mas é importante saber que o escopo de atuação dessas empresas vai para além destes dois segmentos. No Brasil existem 1.158 empresas deste tipo, de acordo com o relatório Distrito Fintech Mining Report 2021. Elas estão divididas nas seguintes categorias:
- meios de pagamento;
- crédito;
- backoffice;
- insurtech;
- serviços digitais;
- criptomoedas;
- risco e compliance;
- tecnologia;
- investimentos;
- fidelização;
- crowdfunding;
- finanças pessoais;
- dívidas;
- câmbio.
Além disso, é importante saber que, de acordo com uma resolução do Conselho Monetário Internacional (CMN), lançada pelo Banco Central, as fintechs podem ser divididas em dois modelos operacionais: a Sociedade de Crédito Direto (SCD) e a Sociedade de Empréstimo entre Pessoas (SEP).
Assim, as fintechs que se enquadram dentro do modelo SCD têm permissão para concessão de empréstimos com base em recursos próprios, já as fintechs alocadas no modelo SEP trabalham como intermediadoras em operações de empréstimos e financiamentos de pessoa para pessoa (PEP).
Neste cenário, o Banco Central vem cumprindo com um papel importante ao autorizar, constantemente, a expansão do campo de atuação das fintechs no setor financeiro. Exemplos são a permissão para incorporar às suas atividades operações de custódia, seguros e venda de direitos creditórios.
O que é Fintech as a Service?
A Fintech as a Service tem como principal objetivo viabilizar a inclusão de produtos e serviços financeiros de modo totalmente personalizado no portfólio de empresas que não são do setor.
Na prática, a FaaS trabalha diretamente com o desenvolvimento da tecnologia necessária para a criação de produtos e serviços financeiros que possam ser incorporados a empresas de outros setores, sem que estas precisem se preocupar com questões regulatórias, uma vez que as soluções já respeitam as normas estabelecidas.
Outro detalhe importante é referente à integração, que é feita de modo simplificado, por meio de APIs (Application Programing Interface), e geralmente ocorre de forma modular, ou seja, é permitido à empresa adquirir apenas as soluções que fazem sentido para o negócio.
Como funciona uma FaaS?
Para que você entenda melhor este conceito, vamos recorrer a uma comparação bastante usada para explicá-lo: a da caixa de ferramentas.
Ao recorrer a uma FaaS, a empresa tem acesso a uma espécie de caixa, com todas as instruções e ferramentas necessárias para oferecer ao seu cliente soluções financeiras. Para utilizá-la, basta personalizar alguns pontos, como as regras de funcionamento.
Vamos tomar como exemplo uma empresa do setor de varejo que comercializa roupas. O core business do negócio em questão é a venda de produtos de moda e beleza. Porém, pensando na experiência do consumidor, a mesma loja decide oferecer soluções relacionadas à oferta de crédito, como contas digitais ou cartão de crédito.
Em vez de desenvolver soluções tecnológicas capazes de suportar essa oferta financeira, a varejista pode simplesmente contar com o apoio de uma FaaS.
Além da conta digital e do cartão de crédito citados no exemplo, outras soluções que podem ser ofertadas por uma Fintech as a Service são:
- empréstimos;
- opções de investimento;
- seguros;
- pagamento de contas diversas;
- transações de valores, como transferência via PIX, TED ou DOC.
Qual é a diferença entre Banking as a Service e Fintech as a Service?
Neste ponto do artigo é natural que você esteja se questionando qual é a diferença entre Banking as a Service e Fintech as a Service. Embora ambos os conceitos estejam relacionados à viabilização de ofertas de produtos e serviços financeiros a empresas que não são do setor, existem diferenças.
No Banking as a Service, o provedor de tecnologia viabiliza a criação de um banco partindo da estaca zero, ou seja, desenvolve soluções personalizadas para que a oferta financeira seja possível. Isso inclui questões ligadas à regulamentação necessária para atuar no mercado e ao relacionamento com outras empresas do segmento, como as que controlam bandeiras de cartões.
A Fintech as a Service, por sua vez, trabalha com uma tecnologia empacotada, criada para este fim e que está de acordo com as regulamentações necessárias.
Quais são as vantagens de se optar por uma Fintech as a Service?
Como já dissemos, a possibilidade de incorporar produtos e serviços financeiros a negócios que não têm esses recursos como core business sem ter de lidar com questões burocráticas ligadas à regulamentação é a principal vantagem de contar com uma Fintech as a Service.
Outro benefício que merece destaque é a possibilidade de alcançar um público desbancarizado, mas que movimenta o mercado brasileiro em diferentes setores.
Estamos falando dos 34 milhões de brasileiros que, segundo pesquisa do Instituto Locomotiva, realizada em 2021, não têm conta em banco ou fazem pouco uso dela, e que movimentam 8% do total de dinheiro que circula no país.
Para as empresas, alcançar este público, facilitando o consumo de produtos e serviços por meio de ofertas financeiras que não estejam ligadas aos bancos tradicionais, representa grande possibilidade de expansão do negócio, além de retenção e fidelização de clientes.
Como a Monitora pode ajudar?
A Monitora é especialista no desenvolvimento de soluções para transformação tecnológica. Contamos com um time de experts capaz de apoiar fintechs que querem expandir sua atuação e atuar no modelo Fintechs as a Service.
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