“América Latina vive segunda onda de transformação digital, diz estudo”; “Transformação digital ainda falha nas empresas e o erro pode ser antigo”; “Somente três em cada dez empresas conseguem fazer uma transformação digital eficiente, diz estudo da BCG”. As frases anteriores são manchetes reais – reproduzidas de veículos de comunicação – e retratam um pouco da importância, da complexidade e de como os mitos sobre a transformação digital podem atrapalhar – ou mesmo impedir – o crescimento dos negócios.
Incluído no rol de assuntos de interesse do universo corporativo há algum tempo, a transformação digital vai bem além de uma ‘modinha’ business: tem a ver com sobrevivência em um mercado cada vez mais acirrado, tecnológico e competitivo.
A questão é que, ao misturar tecnologia, perspectivas para o futuro e negócios, a digitalização das empresas caminha por terrenos inexplorados e vive cercada de crenças e preconceitos que, perigosamente, podem encurtar a vida de organizações de diferentes setores.
Afinal, o que é transformação digital?
Diferentemente do que muita gente pensa, a transformação digital não é algo pontual, não tem relação pura e simples com a digitalização de processos e serviços e nem tampouco se resume a investimentos maciços em tecnologia. Aliás, falando em tecnologia, vale reforçar que a transformação digital tem impactos para além de empresas que atuam neste setor.
O conceito é mais amplo e complexo: trata-se da inclusão de tecnologias digitais em processos e serviços organizacionais com o objetivo de torná-los mais eficazes e eficientes, com maior valor percebido pelo usuário final.
“Em resumo, a transformação digital busca virtualizar várias partes do negócio. Porém, eu não gosto do termo transformação digital porque ele me remete a uma empresa que usa zero tecnologia e quer se transformar em digital e passar a usar 100% de tecnologia. Eu prefiro o termo evolução digital, que transmite a real ideia de que a empresa percebe o valor da tecnologia e começa a evoluir o seu business em busca de diferencial competitivo, redução de custos, maior qualidade de entrega e assim por diante”, pondera Marcos Danilo Chiodi Martins, CEO da Monitora Soluções Tecnológicas.
Mitos sobre a transformação digital: eles podem matar o seu negócio
1 – Transformação digital não é só sobre tecnologia
Engana-se quem pensa que investir milhões em tecnologia é o segredo para o sucesso de uma organização. De fato, os investimentos são importantes e viabilizam soluções modernas, como UX (experiência do usuário), Inteligência Artificial (IA), Clouds e Big Data, mas eles só fazem sentido se forem direcionados para a solução de problemas reais, que fazem parte do dia a dia dos consumidores.
Nesse sentido, inclusive, há quem defenda que a disrupção está no consumidor, não na tecnologia. Bons exemplos são as fintechs, que se apoiaram na tecnologia para solucionar dores reais de clientes que viviam em permanente insatisfação com os bancos tradicionais. Neste caso, se a insatisfação não existisse, talvez a tecnologia deixaria de se fazer importante.
2 – Tecnologia é cultura, não receita de bolo
Já falamos sobre isso no tópico anterior, mas, neste caso, reforçar não é demais: a crença de que investir milhões em tecnologia faz de uma empresa referência é um dos mitos sobre a transformação digital.
A pesquisa Liderança Tecnológica Global da Deloitte para 2020, aliás, trouxe dados reveladores sobre este assunto. Segundo o estudo, líderes do mercado gastam, em média, 3,14% da receita da organização em tecnologia, enquanto a média geral de investimentos gira em torno de 4,24% da receita.
A diferença é que, para as empresas líderes, a tecnologia permeia de modo estratégico sua cultura e visão de mercado.
Isso porque a digitalização passa, necessariamente, pela evolução cultura organizacional em aspectos digitais. Nesse sentido, mais do que delegar ao setor de Tecnologia da Informação (TI) a criação de sistemas com o que há de melhor em tecnologia embarcada, as organizações precisam incorporar uma cultura tecnológica em seu cotidiano, planos, processos e perspectivas, além de oferecer suporte constante a treinamentos, contratações, capacitações e lideranças.
3 – Transformação digital não é só para empresas de tecnologia
No rol dos mitos sobre a transformação digital está a ideia de que ela se restringe apenas a empresas que têm a tecnologia no cerne de seu negócio ou mesmo a organizações que já nasceram em um contexto digital.
Um bom exemplo é o agronegócio, que vem passando por transformações incríveis nos últimos anos: se antes o plantio, o controle de pragas e a colheita eram feitos manualmente, hoje conta com o suporte de diferentes tecnologias durante todo o processo, como monitoramento por drones, Internet das Coisas, blockchain aplicado à logística e muito mais.
Outro exemplo é o aluguel de imóveis, que durante muito tempo foi feito por meio de classificados de jornais. Agora, empresas como a 360 Suítes conseguem locar imóveis de terceiros por temporadas para clientes de qualquer parte do mundo e com preço competitivo.
E nesta lista cabem empresas de todos os setores possíveis: aviação, saúde, financeiro, educacional, de energia solar e mais!
4 – É um processo pontual
Transformação digital não é conto de fadas, em que aparece um ser encantado com uma varinha mágica e plim! Tudo muda!
Ao contrário, para evoluir digitalmente as empresas precisam atuar com base em uma mentalidade digital, uma vez que a inserção de tecnologia não é um processo pontual, capaz de atender a objetivos de curto prazo, mas, sim, demanda constante atualização.
5 – A digitalização vai ‘roubar’ espaço das pessoas no mercado
Muito já se foi debatido sobre a possibilidade de as máquinas tomarem o emprego das pessoas no futuro. De fato, a automação de processos, a robótica e a Inteligência Artificial são capazes de desempenhar com qualidade e agilidade parte de processos e serviços feitos por humanos.
Porém, ao mesmo tempo, a transformação digital das empresas representa para os trabalhadores um novo mundo de possibilidades. Prova disso é um estudo realizado pela Dell, que revelou que 85% das profissões que existirão em 2030 ainda não foram criadas.
6 – Entrega rápida é sinônimo de problemas de qualidade
Tecnologia e lentidão, definitivamente, não combinam. Por isso, um dos mitos sobre a transformação digital é que entrega rápida é sinônimo de problemas na qualidade.
Aliás, a agilidade é cada vez mais indispensável para empresas que buscam se destacar em um mercado cada vez mais competitivo.
Mas isso não significa, é claro, que é possível fazer entregas e lançar produtos e serviços no mercado de qualquer jeito. Pelo contrário, o conceito de squads ágeis na implementação de tecnologias nos negócios tem mais a ver com planejamentos precisos e interativos e detecção e correção de problemas de maneira mais rápida, além de alocação de profissionais específicos e com competência para a execução de cada etapa do trabalho.
7 – Consultoria é dispensável
Empresas do setor de saúde, aviação, finanças, varejo ou de qualquer outro segmento não são obrigadas a serem experts em tecnologia, mesmo que a tenham como fator indispensável para a operacionalização do negócio.
Por isso, mais do que uma possibilidade, investir na criação de ecossistemas digitais e buscar apoio de consultorias com experiência na evolução digital de organizações é uma necessidade para negócios que buscam a transformação digital.
A Monitora oferece serviços de ponta a ponta, desde a validação de um modelo de negócios – o chamado design de serviço) até a implementação e manutenção de sistemas, passando, é claro, pela estruturação, desenvolvimento e etapas de testes.
Quer apoio para a transformação digital de sua empresa? Conte com a Monitora!
