A Monitora preocupa-se com a melhoria contínua de seus negócios. E uma forma de realizar o crescimento e desenvolvimento das suas capacidades internas e praticar a responsabilidade social é realizando uma aproximação de trabalho a quatro mãos. Essa iniciativa de parceria entre universidades e empresas tem uma forte história na Coreia do Sul.
Na década de 60, a Coreia do Sul apresentava níveis sociais e econômicos comparáveis aos países mais pobres da Ásia. Logo após a Guerra da Coreia (1950-1953), que deixou quase 138 mil sul-coreanos mortos, o PIB per capita do país no período era de US$ 883, mais baixo do que em nações como Senegal e Moçambique. Porém, após esse período de guerra, o pais remodelou e investiu em seu sistema educacional.
O início da parceria entre universidades e empresas na Coreia do Sul
Conforme dados do banco mundial [1], em 2014 seu PIB per capita ultrapassou US$ 24 mil – mais de 4 vezes o valor do PIB per capita brasileiro (cerca de U$ 5.800). O desenvolvimento educacional sul coreano precedeu e guiou seu desenvolvimento econômico.
Figura 1 – PIB per capita do Brasil e Coréia do Sul
Por meio da educação, a Coreia se capacitou para a criação de produtos de maior valor agregado, como os são seus aparelhos celulares, tablets, automóveis e chips para eletrônicos.
E, para ganhar o mercado mundial, além de terem alto valor agregado, tiveram que apresentar algum diferencial diante da concorrência. Precisaram demonstrar algum grau de inovação.
Essa inovação é gerada essencialmente por meio da busca pela competitividade das empresas e das nações. Ela pode ser guiada pelo mercado (market pull), na qual a inovação ocorre quando uma empresa busca o conhecimento necessário para desenvolver um produto que atenda às demandas do mercado, ou quando um novo conhecimento ou tecnologia é disponibilizado e a empresa se utiliza desse conhecimento para o desenvolvimento de um produto novo e competitivo (technology push) [2].
Relação de conhecimento e inovação entre universidades e empresas
Uma das maiores fontes de conhecimento em uma sociedade está em sua academia, ou seja, em suas instituições voltadas para o ensino superior e na promoção de suas atividades científicas, filosóficas etc. No Brasil, notadamente as universidades públicas são aquelas que mais contribuem para a geração de conhecimento cientifico perante o cenário mundial.
Assim, podemos pensar que temos dois lados de uma ponte: de um lado as empresas, que concentram suas atenções na geração de receitas, sem as quais não sobrevivem e não desempenham sua função social de criar empregos e atender à sociedade, e do outro, as universidades, que possuem como principal meta investir na geração de conhecimentos e tecnologias para o desenvolvimento da sociedade em geral. Ainda que tenham diferentes propósitos, elas podem se unir pelo interesse em comum: conhecimento [3].
Conforme apontou Fermann (1997), as empresas e entidades que queiram desenvolver inovação sozinhas vão ter um custo muito alto. Então por que não fazer uma parceria com uma universidade? E é a partir dessa premissa que a Monitora atua: ampliando as relações com a academia.
Como esse tipo de parceria ainda é insipiente no Brasil e os meios para formalização desse tipo de relação podem não ser claros, uma outra empresa, com mais conhecimento e experiência nesse negócio, pode ser utilizada para viabilizar esse contato e a realização das expectativas de ambos parceiros.
O estabelecimento dessa relação de parceria entre universidade e empresa, executada pelo negócio parceiro, também chamada agente de interação, seria benéfica para ambas as partes, sendo que podemos realçar alguns pontos chave, conforme apontados a seguir.
Benefícios da parceria entre universidades e empresas
1. Criação de produtos inovadores
Para a empresa, o principal benefício dessa parceria é o acesso a novos conhecimentos, tecnologias e ferramentas, que a permitam a concepção de produtos ou processos inovadores. Essa diferenciação permitida pela inovação, inclusive foi a forma encontrada por empresários brasileiros para vencer a concorrência chinesa [5]. Além disso, produtos e processos inovadores também podem ter algum grau de proteção através do registro de patentes. Na Monitora, preocupamos em trazer a melhor solução para os nossos clientes e a inovação chega muita vezes na parceria com universidades.
2. Produção cientifica
Para os acadêmicos, o volume e o impacto de suas produções é essencial para a construção de suas carreiras. E, apesar do Brasil ter aumentado sua produção cientifica nos últimos anos, seu volume e impacto ainda são inferiores à média mundial [6].
A exposição dos problemas enfrentados pela iniciativa privada diante da academia, além do financiamento de pesquisa por empresas privadas, pode gerar novos questionamentos e substanciar novas postulações, tendo como efeito o aumento na produção de material publicado pelos acadêmicos.
Na Monitora, reforçamos nosso relacionamento e publicações com universidades de ponta, principalmente localizadas em São Carlos.
3. Resolução de conflitos de propósitos
As universidades têm como objetivos a difusão e geração de conhecimentos, já as empresas privadas objetivam a geração de receitas através da comercialização de produtos ou serviços.
Lidar com interesses divergentes pode ser uma tarefa árdua para qualquer uma das partes e a condução de um processo de parceria que aliene qualquer interessado pode fazer com que a parceria seja encerrada com resultados muito ruins.
Ao optar pela empresa parceira para a condução do processo, tem-se esses conflitos minimizados, visto que a empresa parceira já detém a experiência necessária para construção desse tipo de relacionamento e saberá como satisfazer cada objetivo de suas parceiras.
Nossas parcerias são feitas por meio de contratos, reuniões constantes e pesquisas in loco dentro da Monitora.
4. Gerenciamento de riscos econômicos
Não há inovação sem ousadia, sem riscos.
Em função disso, a empresa que investe em inovação deve otimizar a alocação dos recursos gastos em pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I), verificando sempre os resultados retornados diante dos esperados, além das perspectivas futuras de risco e probabilidade de sucesso.
Novamente, uma empresa parceira pode auxiliar aquela que busca a inovação junto às universidades. Por entender o “timing” de cada instituição, conhecer o ambiente acadêmico e o corporativo e suas necessidades, deter métodos e ferramentas para o gerenciamento desses riscos, além de poder fazer uma análise mais profunda sobre as melhores opções de parceria diante da legislação vigente (tal como verificar a aplicabilidade de alguma lei de incentivo fiscal), a empresa parceira pode contribuir aumentando as chances de sucesso do projeto de parceria.
Na Monitora os projetos com as universidades são avaliados quanto ao risco e perenidade para que seja garantida a sustentabilidade.
5. Melhor formação acadêmica
A aproximação das empresas junto às universidades, com a solicitação para desenvolvimento de conhecimento, ferramentas e processos aplicados, permite que professores e alunos lidem com problemas do mundo real, auxiliando e preparando esses alunos para lidar com situações que serão enfrentados por eles quando se inserirem no mercado de trabalho. Esse contato entre aluno e empresa também permite a identificação prematura de talentos para recrutamento futuro.
Nossos colaboradores na Monitora e parceiros nas universidades trocam experiências por meio dos projetos, workshops e convívio na empresa, garantindo troca de informação e melhoria do desenvolvimento organizacional.
Conclusões
Em países desenvolvidos, parcerias entre empresas privadas e o mundo acadêmico são capazes de alimentar suas indústrias com produtos e processos inovadores e manter o crescimento de seus países, mesmo diante da concorrência global. Nesses países, esse tipo de relacionamento não é algo excepcional e sim algo corriqueiro.
No Brasil, esse tipo de parceria ainda é pouco procurada, além das empresas e universidades não estarem acostumadas a estabelecerem esse tipo de relação. Porém, uma empresa parceira pode ser a solução para o caso, proporcionando benefícios para a empresa e para a universidade.
Referências:
- PIB Brasil e Coréia do Sul, link acessado em 24 de fevereiro de 2016: https://www.google.com.br/publicdata/explore?ds=d5bncppjof8f9_&ctype=l&strail=false&bcs=d&nselm=h&met_y=ny_gdp_pcap_kd&scale_y=lin&ind_y=false&rdim=region&idim=country:KOR:BRA&ifdim=region&tstart=-310856400000&tend=1393297200000&hl=pt&dl=pt&ind=false
- Calmanovici, Carlos Eduardo; A inovação, a competitividade e a projeção mundial das empresas brasileiras; Revista USP, número 89, São Paulo, março/maio 2011;
- Gomes Costa, Vânia Maria; Cunha, João Carlos da; A universidade e a capacitação tecnológica das empresas; Revista de Administração Contemporânea, volume 5, número1, Curitiba, janeiro/abril 2001;
- Fermann, E.; A interação universidade-empresa: Programa Bolivar; Seminário Cooperacao Tecnica, Cientifica e Tecnologica: O Processo Internacional e a Interacao Universidade Empresa; Curitiba, UFPR, Escritório de Relações Externas, 1997, páginas 75-78;
- Brasileiros usam inovação para vencer concorrência chinesa; Exame, janeiro 2013; link acessado em 25 de fevereiro de 2016: http://exame.abril.com.br/pme/noticias/brasileiros-usam-inovacao-para-vencer-concorrencia-chinesa
- Produção científica no Brasil fica menos concentrada em São Paulo; Folha de São Paulo, Outubro 2014; Link acessado em 25 de fevereiro de 2016: http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2014/10/1531461-producao-cientifica-no-brasil-fica-menos-concentrada-em-sao-paulo.shtml