Na mesma medida em que crescem as possibilidades proporcionadas pelas fintechs aos usuários, cresce também a preocupação com o vazamento de dados, ou data leak. Apesar de estarem revolucionando o segmento bancário, as startups financeiras lidam todos os dias com este grande desafio.
De acordo com a pesquisa publicada pelo Journal of Data and Information Quality, só entre 2018 e 2019, houve um crescimento de 493% nos casos de vazamento de dados no Brasil. O número é bastante preocupante, visto que, a cada dia, surgem novas formas de golpes e fraudes no ambiente online, fazendo diversos usuários como vítimas.
Por lidarem diretamente com dados sensíveis do usuário, as fintechs precisam estar preparadas para protegê-los contra os cibercriminosos. Entenda quais medidas podem ser tomadas pelas startups neste sentido.
O que é e como ocorre o vazamento de dados?
Para quem pensa que não precisa se preocupar com a divulgação de suas informações pessoais, já que não tem nada a esconder, é melhor repensar esse conceito. De acordo com a Lei de Crimes Cibernéticos, o vazamento de dados é considerado um crime, que consiste no acesso e propagação ilegal de informações privadas.
Isso acontece devido a ação dos famosos hackers, que invadem bancos de dados para conseguir o controle de materiais confidenciais. Entre eles, estão as informações cadastrais de clientes, dados pessoais de colaboradores da empresa e até mesmo os registros bancários de usuários, como senhas e números de cartão de crédito.
A maior incidência de pessoas utilizando a internet nos últimos anos tem feito com que os casos desse tipo de crime cibernético aconteçam com mais frequência. Em ações como o phishing ou a construção de formulários falsos, os hackers conseguem atrair vítimas que ainda não possuem tanta habilidade com o ambiente online.
No entanto, na maioria das vezes, o ilícito é facilitado pela falta de segurança dos bancos de dados das próprias empresas. Seja pela falta de autenticação adequada de acesso, ou mesmo por erros existentes em uma das páginas do sistema, as informações dos usuários ficam expostas à ação dos criminosos.
Como resultado, milhares de pessoas físicas são lesadas moral ou financeiramente, após o vazamento de seus dados. E engana-se quem pensa que esse é um problema de empresas principiantes. Gigantes de diversos setores já viraram notícia devido a este tipo de problema.
Quais são os riscos do vazamento de dados?
Já deu para perceber que o problema causado pelo vazamento de dados é bastante crítico. No entanto, é importante estar atento às consequências que este crime pode acarretar às empresas invadidas pelos hackers.
Sanções
Após a implementação da LGPD em 2020, a segurança dos dados sensíveis de pessoas físicas passou por um processo de revisão. Para se adequar ao que está previsto nas normas, as empresas tiveram que reavaliar a forma como coletavam, armazenavam e tratavam as informações dos usuários.
No entanto, para aquelas que ainda não conseguiram garantir maior proteção ao banco de dados, a lei dispõe de sanções que podem ser aplicadas em casos de vazamento de material confidencial. As punições podem variar desde advertências até multas de R$50 milhões, dependendo do dano sofrido pelo titular das informações e das medidas tomadas pela empresa em relação a isso.
Fraudes e golpes
Após conseguirem o acesso aos dados dos usuários, os cibercriminosos praticam ainda outros atos ilícitos. São os chamados golpes, que prejudicam tanto outras pessoas físicas como jurídicas.
As fraudes cometidas vão desde extorsão de pessoas próximas ao usuário até solicitações de financiamento e compras realizadas em nome do titular dos dados.
Perda de credibilidade
A base do relacionamento entre clientes e empresas é a confiança. Especialmente quando essa relação envolve a concessão de dados sigilosos.
Por isso, nos casos de vazamentos de dados, as empresas-alvo do crime tendem a perder a credibilidade perante os usuários, que passam a não se sentirem seguros ao fornecer suas informações.
Como as fintechs podem evitar a exposição dos dados?
Dentre as consequências do vazamento de dados citadas anteriormente, todas se apresentam como um grande risco para as fintechs. Por lidarem diariamente com informações pessoais e bancárias dos usuários, é preciso que elas possam ser vistas como instituições credíveis e seguras em relação ao tratamento de material confidencial.
Por isso, vale a pena investir em algumas ações preventivas em relação ao vazamento de dados.
Monitoramento constante
Este processo permite identificar possíveis vulnerabilidades e ameaças ao sistema da fintech, bloqueando com mais agilidade as ações que prejudiquem o armazenamento dos dados dos clientes.
Contar com a assessoria de uma empresa especializada em tecnologia pode ser fundamental para garantir o controle em relação à saúde e segurança da plataforma.
Política de privacidade
Além de ser pré-requisito básico para qualquer site ou plataforma online, previsto pela LGPD, a política de privacidade pode ajudar as fintechs no controle do acesso às informações coletadas dos usuários.
Para evitar o vazamento de dados, é importante determinar quais arquivos e processos poderão ser acessados, alterados ou visualizados por determinados grupos de usuários. Isso ajuda a diminuir o número de pessoas que têm acesso às informações.
Tecnologias de proteção de dados
Algumas tecnologias têm permitido garantir maior segurança aos dados compartilhados no meio digital. Entre as principais utilizadas pelas fintechs, estão a criptografia e a blockchain.
Como dificultam a leitura das informações, essas técnicas ajudam a impedir a ação dos hackers, especialmente na apropriação de dados bancários.
Atualizações e backups
Quanto menos vulnerável um sistema for, menores as chances de ser invadido. Nesse sentido, é fundamental que as fintechs tenham uma rotina de atualizações e backups de informações para mitigar possíveis erros ou problemas.
A implementação de squads agile terceirizadas pode ajudar a manter esses procedimentos em dia e de forma bastante eficaz.
Estar em dia com a segurança necessária para evitar vazamento de dados dos usuários é fundamental para qualquer fintech que deseja se consolidar no mercado. Para isso, mais do que o emprego de tecnologias, é importante desenvolver uma cultura de investimento em tecnologias de segurança especializadas para evitar eventuais problemas.
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